18 de maio de 2009

DO ADOLESCENTE AO HOMEM - um olhar sobre o trabalho de Mauro Piva

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Mauro Piva. O hábito (3), 2006, óleo sobre tela, 103 x 100 cm.
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Quem é este que não se apresenta?
Quem é este que se olha sem se ver?
Quem é este que se mantém imerso em seu próprio universo?
Juvenil, rebelde, contrariador, liberto, libertário, indomável, aprisionado, contraditório. Acima de tudo, humano.
Adolescente esquivo, traumático em seu mundo único formado por histórias auto inventadas e auto preservadas a dolorosas reminiscências.
O rebelde de Caio Fernando Abreu, o liberto de Kerouac, o romântico de Sean Penn.

Mauro Piva. Sem Título, 2006, óleo sobre tela, 64 x 84 cm.

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Este adolescente um dia crescerá?
Um dia contará memórias?
Um dia dirá seus desejos?
Um dia se libertará do comum?
Se o fizer, é bem possível que encontre um outro par que também vela sua face ao mundo.
O que dizer desse ser enquadrado em seu plano limitado. O que podemos perceber do adolescente de Mauro Piva. Do seu modo fugidio de encarar o observador, da sua cumplicidade em momentos íntimos, de sua felicidade e agonia partilhadas.
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Mauro Piva. Pára, 2008, Aquarela sobre Papel, 32,6 x 26,2 cm.
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Simultaneamente é um personagem que acompanhamos em sua trajetória. Um amigo com quem dividimos suas experiências. A imagem refletida que nos apresenta a nós mesmos.
Por vezes, Piva se aproxima do pintor belga, Magritte. Seu surrealismo é pessoal e universal e o espelho que está presente pode ser para quem está na frente, mas que nem sempre quer se enxergar.

Um comentário:

Marcelo Maluf disse...

O blog de vocês está cada vez melhor!!!
Grande abraço,
Marcelo