Eu sei... Muitos posts sobre Andy Warhol e sobre Mr. America estão sendo feitos, mas como evitar um tema tão pungente. O ano de 2010, em termos expositivos poderia finalizar por aqui, de tão intenso que já foi e ainda está sendo. Rauschenberg, Chagall, Oiticica, Max Ernst e Warhol, se não bastasse ainda vêm por aí Keith Haring, Joseph Beuys e Bienal de São Paulo. Contudo vamos a pauta proposta.
Por mais que a mídia discuta o poder marqueteiro de Andy Warhol, a exposição que está viajando pela América Latina traz boas obras do artista. Algumas das mais conhecidas como as “Latas de Sopas Campell”, as “Marilyns”, “Jack Kennedy”, entre outras fazem o frisson da exposição; contudo impressiona-me muito mais dois pontos, a possibilidade de perceber a aplicação das técnicas de pintura, assim por dizer, a serigrafia e o stencil, e os vídeos produzidos durante o período da Factory – em um post para frente falarei em especial de Blowjob.
Sabe-se muito bem que muitas das obras de Warhol foram conduzidas pelo artista e executadas por oficineiros com qualidades técnicas que o artisa provavelmente não possuia. Este primor técnico é revelado pelas obras que apresentam uma qualidade visual impressionante.
Vou citar uma especial. Da série Eletric Chairs, há uma das serigrafias que possui um fundo amarelo – cabe aqui um aparte: observá-las in loco percebe-se que as serigrafias, de um modo geral, não são realizadas com cores; o fundo é colorido, enquanto elas sempre são impressas em preto -, esta peça se destaca pelo domínio do artista sobre o que está querendo expor, nela ele utiliza o processo de negativação da imagem - como se parecessem com os antigos negativos de uma fotografia analógica - e consegue transformá-la em imagem positiva, como a própria foto. Tal coisa se revela e somente quando se vê ao vivo, não em reproduções.
Assim, enquanto achava que era somente uma constatação ir à exposição, novamente Warhol me surpreende, muito além da temática, das questões do movimento Pop Art ligadas ao tema, objeto e cotidiano, esbarrei com um ponto crucial dos antigos artistas, a bem feitura das obras. Quem diria, hein, Warhol?
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